Código de Campo |
Sê cortês
- Cumprimenta todas as pessoas que encontrares no campo.
- Sê afável para com os habitantes das regiões que visitas.
Respeita o trabalho dos agricultores.
- Não mexas nas colheitas, sementes, plantações, lenha e maquinaria.
- Não mexas nos animais a não ser que tenhas permissão dos donos e não espantes os rebanhos.
Respeita a propriedade alheia.
- Não acampes sem pedir autorização.
- Mantém-te em caminhos públicos quando atravessares os campos e as quintas.
- Respeita os letreiros de proibição e nunca caminhes por campos cultivados.
- Usa os portões para atravessar vedações, sebes e muros, para não os estragares.
- Fecha com cuidado todos os portões e cancelas quando passares.
- Não cortes nunca uma árvore sem autorização e pede autorização para subi-las.
- Obtém permissão antes de fazer fogueiras e depois tem cuidado para não prejudicar as árvores e construções (cancelas, etc.)
Protege os animais e as plantas.
- Não captures nem prendas os animais que possas encontrar e não faças mal aos pássaros nem mexas nos seus ninhos.
- Não arranques flores nem partas os ramos das árvores.
Respeita os sons da natureza.
- Não faças barulho desnecessário.
- Não leves para o campo aparelhos de som (rádios, leitores de Cd’s, etc.) para poderes escutar a natureza.
Ajuda a manter toda a água limpa.
- Não sujes as fontes, as nascentes nem a água dos ribeiros.
- Não deixes as nascentes de água potável sujas, a água é necessária para o agricultor.
Tem o máximo cuidado com o fogo.
- Toma todas as precauções para evitar o risco de incêndio.
- Não acendas fogo no bosque, sobretudo com vento forte.
Deixa tudo limpo.
- Junta todo o lixo num saco resistente para depois o deitares num contentor na próxima povoação.
Lista de material para acampamento
O material que levas para uma actividade depende muito da duração, daquilo que vais fazer, das condições climatéricas, etc. Deixamos-te aqui uma lista extensa, a título de exemplo, para que possas escolher da melhor forma aquilo que precisas levar para o teu acampamento.
Higiene pessoal
- toalha
- escova e pasta de dentes
- sabonete (numa caixa própria, de plástico)
Roupa e calçado
- chinelos de praia, para poderes tomar banho (cuidado com o "pé de atleta")
- mudas de roupa interior (uma por cada novo dia)
- fato de treino (substitui o pijama e é mais prático)
- calçado confortável para caminhadas
- agasalho para a noite
- chapéu de abas (caso não tenhas o chapéu BP, para proteger do sol)
- calção ou fato de banho
Alimentação
- cantil
- copo (não de vidro)
- prato fundo (não de vidro)
- talheres (faca, garfo e colher)
Vários
- saco-cama
- colchonete
- lanterna (pilhas e lâmpada de reserva)
- bússola
- canivete ou faca de mato
- caderno de caça
- caneta e lápis
- isqueiro ou caixa de fósforos
- papel higiénico
- saco plástico para lixo
- saco plástico para roupa suja
- protector solar (para o verão)
- espia de sisal ou outro material
Para emergências
- estojo de primeiros socorros
- kit de linhas e agulhas para costura
- lista de telefones de bombeiros, GNR, etc. e outros telefones úteis da zona para onde vais acampar
- pequeno manual de socorrismo
Em tempo de chuva
- casaco impermeável
- "poncho" impermeável (para cobrir o corpo e a mochila durante as caminhadas)
- caixa de plástico pequena ou saco de plástico hermético para guardares documentos ou outro material importante
- sacos de plástico para embrulhar roupa e saco-cama quando vão dentro da mochila
- calçado de reserva
Acampamento Ecológico
Falar de ambiente nos nossos dias, já é muito mais do que uma moda ou uma preocupação de meia dúzia de jovens com o cabelo comprido, óculos redondos e de ideias radicais. Hoje, em todo o mundo, começa a existir uma consciência colectiva que nos leva a exigir ar mais puro, água menos poluída, menos ruído, arquitectura mais harmoniosa, em resumo melhor qualidade de vida.
O Escutismo assume-se como a mais antiga Associação de Defesa do Ambiente. De facto, a proposta de Baden-Powell inclui o respeito pelas plantas e pelos animais como ideal fundamental, isto numa época em que a defesa do ambiente fazia ainda pouco sentido. Hoje os tempos são outros e a conservação do ambiente tem um campo de luta muito vasto. A luta é outra, menos amadora e mais científica, menos poética e mais jurídica.
Pretende-se, com este texto, alertar-te para alguns erros que por vezes cometemos quando acampamos.
Para além de um apelo a um correcto comportamento, no sentido de deixar o local de acampamento melhor do que o encontraste, deixamos aqui algumas sugestões e cuidados a ter com o ambiente nos acampamentos.
Ao chegar ao local de acampamento...
... não arranques a vegetação existente no teu campo. Se arrancares a vegetação, com uma contínua utilização, depressa a erosão tornará o campo impossível de acampar.
O que fazer então?
Para limpar o teu local de acampamento, basta retirar os paus e as pedras que nele encontrares.Na montagem de campo...
... não pregues nem espetes nada nas árvores. Ao fazê-lo estarás a danificar os canais condutores de seiva da árvore o que, a curto prazo, acabará por matar a árvore.
O que fazer então?
Bastará para o efeito, usares uma espia para segurares o que quiseres.... não faças regos à volta da tenda. Ao abrires regos, estarás a destruir a camada de manta morta (humus), assim como a causar graves danos no sistema radicular da vegetação existente.
O que fazer então?
Se for mesmo necessário fazer regos, para escoamento das águas das chuvas (pois a tua tenda não impermeável) fá-los de tamanho reduzido e de pouca profundidade.Nas construções...
... não cortes nenhuma árvore para fazer as tuas construções em campo. Ao cortares árvores para usares nas tuas construções, estás a desperdiçar e a danificar os recursos florestais. Lembra-te "uma árvore é uma vida".
O que fazer então? Reduz as construções ao mínimo possível, usa desperdícios (madeira caída) e procura apoiar as construções nas árvores, reduzindo assim a quantidade de madeira a utilizar.
No consumo de água...
... não desperdices água. Como sabes, a água é um recurso natural de elevada importância e bastante limitado.
O que fazer então? Utilizar a água com cabeça, evitando assim um elevado consumo desta.
... não utilizes detergentes que não sejam biodegradáveis para lavar a loiça ou a roupa. Ao utilizares estes produtos, estás a contribuir para a contaminação dos lençóis subterrâneos de água.
O que fazer então? Para a lavagem da loiça ou da roupa utiliza, na medida do possível, detergentes biodegradáveis, pois não são tão poluentes.
Na vida do acampamento...
... não deites nada para o chão. Assim estarás a destruir a floresta, poluindo-a.
O que fazer então?
Utiliza um saco e leva o lixo para um local onde façam a sua recolha, no final do acampamento.... não grites com os teus companheiros nem utilizes rádios. Se procederes de modo contrário, não poderás disfrutar do "silêncio" da vida em campo e estarás a perturbar o "habitat natural" onde te encontras.
"Procura deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste".
Baden-Powell
"Nem um vestígio"
A missão desta forma de pensar é a de educar grupos que percorrem zonas naturais, sobre a minimização do impacte ambiental que provocam.
- Planear antecipadamente e preparar
- Caminhar e acampar em superfícies
- Cuidados com o lixo
- Deixar o que se encontra
- Minimizar impactes provocados pelas fogueiras (que nem vamos considerar)
- Respeitar a vida selvagem
Estes princípios são usados de forma a minimizar o impacte das visitas aos locais naturais. A casa é de quem lá vive, nós fazemos apenas parte do grupo de visitantes; e como hóspedes que somos, devemos ser capazes de nos comportar à altura. O deixar nem um vestígio depende muito mais atitude e consciência pessoal, do que propriamente de regras e regulamentos. A minimização do impacte tem muito a ver com a flexibilidade de comportamentos e temperança nas acções que no fundo têm ligação directa com as práticas usuais destas formas de actuar, com a experiência que se vai adquirindo e o consciente julgar das consequências que os nossos actos têm no meio que nos rodeia.
Temos de saber considerar os vários tipos de solo, de ambiente, de situação que se nos depara; a vegetação e habitantes dos locais por onde passamos, e ainda o facto de ser um local já muito visitado ou não, pois ao contrário do que se pensa, num local ainda virgem, qualquer pormenor que façamos é impacte ambiental. Se nos habituarmos a colocar todas estas questões em uso, mais podemos aproveitar do local, assim como quem atrás vem.
Planear antecipadamente e preparar
- saber as regras e algumas considerações sobre o local;
- estar preparado para qualquer emergência, situação inesperada;
- Saber exactamente o que se vai fazer, escalonando correctamente o tempo;
- Empacotar correctamente a comida de forma a levar o mínimo de embalagens possível, de forma a reduzir ao máximo a possibilidade de lixo;
Um percurso bem planeado poderá reduzir consideravelmente o impacte da nossa passagem. A melhor forma de o fazer é começar por recolher informação sobre o local, aquilo que se pensa encontrar pelo caminho, o que se quer ver, o que se quer evitar; enfim um estudo cuidado do mapa, trilhos, etc. Assim é possível ver também as necessidades de vestuário e/ ou aderessos necessários ou pelo contrário, completamente dispensáveis no local em causa. Sabendo quais as zonas menos visitadas, pode dar hipótese a assistir aquilo que por vezes é ignorado, mas também convém saber de antemão que tipo de de consequência poderá daí provir.
Caminhar e acampar em superfícies "resistentes"
- Trilhos e caminhos preestabelecidos, locais onde é possível dormir;
- Bons locais de acampamento encontram-se, não se fazem;
- Concentrarem-se todo o caminho em caminhos;
- Focar em locais onde a vegetação seja mínima de modo a que o impacte da passagem seja minimizado;
- Evitar locais onde o impacte esteja a apenas a começar (zonas virgens);
Caminhar em trilhos, ajuda-se a manter a integridade do local, em termos de arredores/ vegetação. Cortar caminho nem sempre é uma boa solução; salva-se pouco tempo, aumenta as probabilidades de quedas e acidentes e cauda erosão do solo.
Cuidados com o lixo
- Depois de escolhida a alimentação, ter os cuidados ao empacotar de modo a ocupar o menor espaço possível;
- Deixar em casa as embalagens que seja possível; todo o lixo dispensável;
Planear adequadamente as refeições, poderá fornecer hipóteses de eliminar caixas ou embalagens desnecessárias, que provocando pesos extras, torna mais fácil ceder à tentação e largar tudo no caminho. Podem eliminar-se garrafas e caixas, e utilizar sacos ou embrulhos (papel), que são depois facilmente dobrados e guardados num saco, que não causará grande peso. por outro lado consegue-se ainda reduzir os restos de comida; é uma questão de calcular quantidades com rigor (cuidado com o outro extremo - não deverá faltar alimentos).
Deixar o que se encontra
- Preservar o passado: examinar, mas não tocar em aspectos naturais, culturais ou históricos;
- Deixar para trás as rochas, plantas ou outros elementos naturais assim como os encontraram;
- Evitar transportar ou introduzir espécies exóticas;
- Não construir estruturas, ou fazer trincheiras;
Respeitar a vida selvagem
- Não alimentar animais que se encontram - dá-lhes cabo da saúde, altera o seu comportamento natural, e expõe-nos a predadores;
Nem um vestígio
Um grande problema neste tipo de acções é a criação de novos locais de acampamento. Por isso deve estar pré-determinado o local/ locais de acampamento - importante nos últimos dias da actividade.
Nunca fazer trincheiras - provoca erosão e oferece ao local um ar mais artificial. à excepção de locais para fogueiras (que nem se coloca em questão no caso da nossa actividade), numa se deve "limpar" o local, tirar as folhas etc. esse é o material orgânico que mantém aquele saudável - evita a erosão provocada pelas chuvas. Para além de não deixar nenhum lixo para trás.