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Mensagem de Baden-Powell aos Guias |
Quero que vós Guias de patrulha/equipa, instruais as vossas patrulhas/equipas inteiramente por vossa iniciativa, porque vos é possivel conquistar cada um dos rapazes da Equipa e fazer dele um Homem Bom.
De nada serve terdes um ou dois rapazes excelentes, se o resto não prestar para nada. Deveis procurar torná-los a todos razoávelmente bons. O meio mais eficaz para o conseguir é o vosso próprio exemplo, porque o que vós mesmos fizerdes, os vossos Escuteiros farão também.
Mostrai-lhes que sabeis cumprir ordens, quer vos sejam dadas verbalmente, quer sejam impressas ou escritas, e que as executais, quer o vosso Chefe esteja presente ou não.
Mostrai-lhes que podeis alcançar insignias de competência, e os vossos rapazes irão atrás sem precisardes de os convencer. Mas lembrai-vos de que os haveis de guiar e não empurrar.
Baden-Powell
A Canhota escutista
Durante o Verão de 1946, um jovem da África Ocidental (actual Namíbia) chamado Djabonar veio a Gilwell-Park, ao Campo Escola Internacional.
Esperava ele vir a ser, mais tarde, Comissário Adjunto da Costa do Ouro.
Quando o Chefe do Campo falava acerca da maneira de se cumprimentar com a mão esquerda, Djabonar contou-lhe como, aquando da queda de Kumassi, capital de Prempeh, rei do povo Ashanti e seu avô, um dos chefes veio ao encontro de Baden-Powell e estendeu-lhe a mão esquerda. B.P. apresentou-lhe a mão direita, mas o chefe disse:
-"Não! No meu país, ao mais bravo entre os bravos, cumprimenta-se com a mão esquerda".
Entre as numerosas explicações do aperto da mão esquerda dos Escuteiros, não há dúvida de que esta narração seja a da sua origem.
Quando da minha estadia em África, em Fevereiro/Março de 1947, encontrei-me com Prempeh II, que havia sucedido a seu tio na qualidade de rei dos Ashantis. Ele próprio havia sido Escuteiro e é actualmente Comissário Honorário.
Perguntei-lhe a origem deste cumprimento que os seus compatriotas trocavam com a mão esquerda e relatei-lhe a história que conhecia.
Ele surprendeu-se que um Europeu a conhecesse e explicou-me que isso era um sinal secreto duma Ordem de Nobreza de raça entre os Ashantis, sendo os seus superiores os mais corajosos e os mais dignos.
Mas este sinal não é limitado aos indígenas Ashantis, porque eu observei este costume, denominado «Owor Ogum». «Owor Ogun» é o deus dos guerreiros e dos caçadores, e, não há muito tempo, quando o Sr. Blair, Administrador Territorial em Ibadam, regressava duma caçada ao leopardo, encontrou um velho caçador que o saudou dizendo «Owor Ogun» e apresentando-lhe a mão esquerda, querendo
significar, desse modo, que o Sr. Blair era um caçador de valor e digno de tomar lugar entre os grandes caçadores.
Em Ife, também o cumprimento com a mão esquerda é dado pelo «Oni» - Chefe Supremo - aos seus sub-Chefes.
Há provavelmente muitos outros exemplos deste costume entre os nativos da África Ocidental, mas é curioso que, se para os maometanos a mão esquerda é impura, ela é, em todas as tribos da África Ocidental, um sinal de honra entre os homens de honra, facto que não foi conhecido senão muitos anos mais tarde e depois duma guerra em que, por toda a parte, os Escuteiros se revelaram «os mais bravos entre os bravos» e dignos de figurar entre os homens de honra de todos os países.
in Flor de Lis, Nov. 1992
Porquê o lenço no Escutismo?
Se reparares, não são só os escuteiros que usam lenço. Mesmo em Portugal: muitos trajos de rancho têm um lenço (normalmente garido) ao pescoço. (O meu pai quando anda na reforma agrária também usa...). E se pensarmos em figuras que nos são familiares: os cowboys; o 7º de cavalaria (e o resto do exército americano); os camponeses dos retratos e quadros; os carteiros da malaposta; os guerrilheiros.
Em comum, duas coisas: profissões do ar livre e em ambientes de pó e sol (ou cavaleiros). O lenço protege o pescoço do sol , do frio, dá para limpar o suor e serve para tapar a boca por causa do pó. Não sei se o exército colonial britânico o usava, mas sei que a South-Africa Mounted Police o tinha no seu uniforme. Ora esta polícia, copiada dos "Mounties" canadianos, foi criada por B.-P. de raiz, tendo este criado o seu regulamento, implantação, estrutura, uniforme, etc. Desta experiência tirou muitas coisas para o uniforme escutista: o chapéu, o lenço e a flor-de-lis são talvez os mais conhecidos.
Mas isto de usar trapos ao pescoço é muito mais antigo. Ora vê nos livros do Astérix os legionários em uniforme de gala... Aliás, do tipo de pano que se usava, do seu uso (prático ou decorativo) e das várias formas de o prender nasceram variantes, como o cachecol, o xaile, o laço, o papilon, as rendas e... a gravata!
Mauro seulo, in LisOnline ("À Escuta"), 30/10/2012
O Chapéu Scout
Dito “Chapéu Scout” – Aliás "Chapéu de Baden-Powell" – ou ainda em linguagem mais corrente "Chapéu de Quatro Saliências" ou ainda... "quatro dobras". Tem como origem e confecção bem conhecida dos ex-Cow-boys, hoje os “cattlemen” (homens do gado), sobre o nome de “Moutain Peak” pela sua semelhança com as montanhas daquele estado americano...
Foi escolhido pelo General R. S. S. Baden Powell para cobrir as cabeças dos garotos reunidos no “Mafeking Cadete Corps” e depois atribuídos aos “South African Constabulary”, ciado igualmente por Baden-Powell e escolhidos por “Southern District Scouts” em 1907.
Contra a vontade das declarações do General Baden-Powell tornado “Chefe Scout”, a forma deste chapéu assemelha-se ao do contigente da New Zelândia, os futuros kiwis da Grande Guerra e do contigente canadiano de muito célebre “North-West Mounted Police” (Policia Montada do Canadá) futura R.C.M:P ou Polícia Montada Real do Canadá.
Estas três sábias considerações não impedirão ninguém a reconhecer este elegante CHAPÉU como: O Chapéu Scout.
Para todo o sempre ligado a um MOVIMENTO DE JUVENTUDE MUNDIAL nascido da imaginação de um general um pouco que seja observador e malicioso.
O Chapéu Scout cai em desuso em 1940 com a regulamentação do Escutismo Francês e que neste momento, predomina a boina. Tinha por assim dizer, desaparecido nos anos de 1970. os raros grupos que o usam ainda, como o de Riamont, deviam adquiri-los na Bélgica. Os Scout’s d’Europe não o tinham nunca usado, era pelo desenvolvimento dos Scouts Unitários de França (e a vontade dos rapazes...) que ele ressurge nos nossos dias. As Guias de França usam um chapéu sem dobras, azul marinho.
Chapéu chamado de "Lemonsqueezer" (espremedor de limões), adoptado em 1911 pelo Batalhão de Infantaria de Wellington. Em 1916 foi adoptado pela Força Expedicionária da Nova Zelândia (com uma espécie de turbante em redor da base da copa. Chapéu característico dos voluntários da Polícia Montada do Canadá Chapéu usado pelas unidades britânicas durante a Guerra dos Boeres, na África do Sul (Nota : Este artigo foi redigido em parte por Claude Morin, especialista em uniformes e equipamentos militares, membro da “Sabretache” e antigo Scout.)
A Boa Acção
O Centenário do Escutismo comemora-se cem anos após o Acampamento Experimental de 1907, mas, quanto ao início das ideias de Baden-Powell para a juventude, que terão estado na origem do Escutismo, torna-se mais difícil uma localização no tempo. O Cerco de Mafeking fez de B-P um herói nacional, conhecido além fronteiras e venerado no Império Britânico - tanto por adultos, como por jovens. Por essa altura, coexistiam em Inglaterra várias associações e clubes dedicadas à formação dos jovens, como a YMCA (Young Men's Christian Association) e a Boys’ Brigade. Um desses clubes escreveu a B-P, que se encontrava a braços com a formação da Polícia Sul Africana, pedindo-lhe que enviasse uma mensagem para os seus rapazes. B-P respondeu a 21 de Julho de 1901, a partir de Zuurfontein, no Transvaal (África do Sul), com uma mensagem alusiva a um dos aspectos que mais contribuiu para imortalizar a imagem do escuteiro: a Boa Acção!
“Meus caros rapazes,
O regulamento da vossa associação obriga-vos a manterem-se longe das bebidas, do tabaco, do jogo ilícito, do uso dos palavrões, etc.
Não há nada melhor do que seguir essas regras e admiro-vos por as seguirem.
Outros rapazes, que não têm a coragem de se juntar a vocês nem de se manterem fiéis a essas regras, provavelmente ganharão maus hábitos dos quais nunca se conseguirão libertar e, em muitos casos, as suas vidas tornar-se-ão histórias de miséria e fracasso: enquanto que vocês, saindo do vosso clube sóbrios e com a mente limpa, provavelmente sair-se-ão bem na vida, quando crescerem – se continuarem a aderir a essas regras.
Mas lembrem-se disto:
Quando os soldados defendem um local, não ficam sentados, mas lançam contra-ataques para fazer debandar o inimigo.
Por isso, não devem contentar-se em ficar sentados para se defenderem dos maus hábitos, mas devem também ser activos para fazer o bem.
Por “fazer o bem” quero dizer tornarem-se úteis e fazerem pequenos gestos de bondade a outras pessoas – sejam amigos ou desconhecidos.
Não é algo difícil, e a melhor maneira de o concretizar é decidirem fazer pelo menos uma “boa acção” a alguém todos os dias, ganhando, assim, o hábito de fazerem sempre boas acções.
Não importa o quão pequena possa ser a “boa acção” – nem que seja apenas ajudar uma senhora de idade a atravessar a rua, ou dizer uma palavra amiga em favor de alguém que foi difamado. O importante é fazer algo.
Quando um homem está a morrer, não está com tanto medo de morrer como de sentir que podia ter feito melhor uso do seu tempo enquanto viveu.
O homem que fez “boas acções” toda a sua vida não tem nada a temer quando estiver a morrer.
Se esse homem sentir que fez algo de bom aos seus semelhantes, sentir-se-á ainda mais feliz do que aquele que apenas se manteve afastado dos maus hábitos.
Por isso, sugiro a cada um de vós, que lêem esta carta, que devem, não só afastar-se da bebida e dos maus caminhos que lhe estão associados, mas também tentar fazer boas acções às pessoas à vossa volta. Podem começar já hoje e, se quiserem escrever e contar-me sobre a vossa primeira “boa acção”, terei todo o gosto em conhecê-la.”
A origem do apelido Baden-Powell
Todos conhecem o nome do nosso fundador: Robert Stephenson Smyth Baden-Powell. Entre os Escuteiros, é mais conhecido simples e carinhosamente por B-P. Estas iniciais do seu apelido parecem ter sido feitas à medida para o lema que adoptou para o Escutismo: Be Prepared. Já quando criou e organizou a Polícia da África do Sul, em 1900, os seus homens adoptaram o mesmo lema, coincidente com as iniciais do seu comandante. No entanto, Baden-Powell não nasceu com este apelido, mas apenas Powell. Ou seja, nasceu Robert Stephenson Smyth Powell, na família Powell. O pai de B-P, um professor universitário de renome, falecido em 1860, chamava-se Baden Powell, sendo Baden o nome próprio e Powell o apelido. Alguns anos depois do seu falecimento, a mãe de B-P meteu na cabeça a ideia de mudar o apelido da família para Baden Powell, para homenagear o seu falecido marido e perpetuar o seu nome. O advogado da família tratou da legalização do duplo apelido e, a 21 de Setembro de 1869, através de uma notificação pública, todos os membros da família tomaram o apelido Baden Powell. No entanto, este apelido trazia alguns embaraços ao irmão mais novo de B-P, Baden, que agora se chamava Baden Baden Powell. O problema resolveu-se em pouco tempo, com a introdução de um hífen no meio do duplo apelido. A mãe de B-P demorou algum tempo para conseguir que os familiares e amigos se habituassem a usar o duplo apelido com hífen, mas a persistência valeu a pena, não escapando, contudo, a que a família se referisse a ela, na brincadeira, como a “senhora hífen”. Em breve, os colegas de escola do nosso fundador trataram de abreviar o seu apelido para B-P, assim como aconteceu com o resto do mundo.
Professor Baden Powell
BP em cima com 7anos, Warington, Frank, Agnes, Baden
Henrietta Baden-Powell
Uma vez escuteiro...
…Sempre Escuteiro! Esta frase é bem conhecida, especialmente dos “antigos” escuteiros. Foi proferida, pela primeira vez, em 1911, num encontro de escuteiros em Leicester, Inglaterra. O autor foi Lord Kitchener (1850-1916), Marechal de Campo britânico, diplomata, homem de estado e grande admirador do Escutismo. Os primeiros grupos de “antigos escuteiros” começaram a usar esta famosa frase como lema, logo no ano seguinte. Assim que rebentou a 1ª Guerra Mundial, Lord Kitchener foi nomeado Secretário de Guerra, cabendo-lhe a tarefa de recrutar um grande exército para combater a Alemanha. Baden-Powell ofereceu-se de imediato, apesar de já estar na reserva. Lord Kitchener respondeu-lhe que tinha ao seu dispor vários generais competentes, mas não encontrava nenhum outro que pudesse continuar o trabalho inestimável dos Escuteiros